Sindipetro-RJ: Terminadas as eleições, não existem vencidos nem vencedores, somos todos petroleiros

08-05-2011 11:13

Por Sindipetro-RJ

A luta não para! O momento em que os petroleiros desenvolvem tecnologias que permitem a descoberta do pré-sal pela Petrobrás  coincide com os maiores ataques às nossas conquistas.

A nossa AMS está sendo implodida pela direção da empresa e principalmente pelo RH. Companheiros da Transpetro não têm direito sequer a AMS na aposentadoria. O RH e o Gerente de AMS, além de não respeitarem a cobertura do grande risco em tratamentos de doenças da maior gravidade obrigando sindicatos como o RJ a buscar a cobertura através de liminares. Agora recebemos a denúncia - a ser confirmada – de que o RH encaminhou à diretoria da Petrobrás proposta de substituir nossa AMS pelo plano
“Saúde Bradesco”. Em resposta: queremos uma AMS de excelência totalmente custeada pela Petrobrás.

A descoberta do pré-sal pode representar a solução de todas as mazelas sociais de nosso povo, inclusive uma política de saúde de excelência para todos os brasileiros. Só depende da vontade política de nosso governo. Queremos a extensão dessa política de saúde para nossa categoria.

Em 2010, só no Rio de Janeiro saíram 600 petroleiros novos da companhia, em busca de melhores salários. Não só os aposentados reclamam dos baixos salários. Nas pesquisas de ambiência, a maior insatisfação da categoria é em relação aos salários.

Segundo o RH, mais de 70% da categoria repactuou. A adesão à repactuação, que denominamos como perda de direitos, se deu principalmente pelo pagamento de 15 mil reais ou três salários. O
“sucesso” da repactuação foi fruto principalmente dos baixos salários. Felizmente, milhares de companheiros estão entrando com ações de anulação da repactuação através dos sindicatos e associações de trabalhadores.

Quando RH concede, como na campanha salarial passada, reajuste de 29% para os diretores da companhia e 9% para a força de trabalho, sendo somente 4% para os aposentados, além de abono de 60% para acúpula acima do valor da categoria, é porque reconhece a defasagem salarial.

Quando setores da categoria se insurgem pelo pagamento de horas-extras como os vigilantes e agora os operadores do Edise, é um sintoma de que a remuneração não atende.

Quando os trabalhadores de turno exigem o pagamento da
“periculosidade para valer” é uma manifestação contra os baixos salários.
Três mil petroleiro(a)s de um universo de seis mil aderem à aposentadoria pelo INSS e continuam a trabalhar por decisão transitada em julgado pelo STF. Mas o RH, em desrespeito à lei, retalia com a perda da AMS e da complementação do salário pela Petros quando eles se afastam por mais de quinze dias do trabalho por motivo de saúde. Esses trabalhadores se expõem ao risco na busca de recomposição salarial. Com certeza os outros três mil companheiros só não aderiram com medo da retaliação descabida do RH.

A categoria exige correções no PCAC, como a adequação no piso salarial dos Inspetores de Segurança Patrimonial, Técnicos de Enfermagem. Para os Técnicos de Contabilidade, promoção automática de Pleno para Sênior. Caso existam outras distorções do PCAC, vamos encaminhá-las ao RH. Isso é ou não reflexo dos baixos salários?

Quando companheiros readmitidos no Sistema Petrobrás (Petrobrás, Interbrás, Petromisa, Nitriflex e Petroflex) lutam pelo seu justo reenquadramento no PCAC, a maioria na terceira idade e sem poder se aposentar, para não perder o direito à Petros e à AMS, fica evidente que a política de RH da companhia não é boa.

A Petrobrás gasta com a folha de pagamento 3% do faturamento. As concorrentes petrolíferas gastam o dobro da Petrobrás. Não é à toa que somos os petroleiros piores remunerados entre os concorrentes do setor. Reflexo do bom desempenho da companhia, graças ao trabalho dos petroleiros, a Petrobrás financia 50% do PAC, com certeza vai ser a grande financiadora das obras que viabilizarão a Copa do Mundo e as Olimpíadas em nosso país.

A história dos trabalhadores petroleiros mostra que todas as nossas conquistas foram através de luta. Vamos começar a discutir já a organização de nossa mobilização para a próxima campanha da PLR e do nosso Acordo Coletivo na nossa data base em setembro ou continuar a sermos os petroleiros mais mal remunerados do mundo.

Só quem luta conquista!