Petroleiros Inflamados

27-07-2011 19:27

Petroleiros na região oeste do Kazaquistão, Mangistau estão em greve há mais de dois meses.

Suas demandas são por melhores salários e condições de trabalho e têm sido até agora ignorados ou rejeitados pelos patrões.

Sua principal reclamação é que os funcionários estrangeiros fazendo o mesmo trabalho e recebem o dobro dos salários.

Os patrões dizem que os grevistas estão sendo gananciosos, pois os seus salários estão bem acima da média do país.

Os trabalhadores dizem representantes da empresa estatal de petróleo, KazMunaiGas de petróleo e gás conglomerado (KMG), estão mentindo sobre os salários que são pagos.

Os trabalhadores em greve são da empresa Karazhanbasmunai, uma joint-venture cazaque-chinêsa, entre a CITIC, empresa da China e a estatal KMG; a empresa Ersai Cáspio, uma joint- venture cazaque-italiana com a Eni. E trabalhadores da Uzenmunaigas, uma subsidiária da KMG, qie juntaram-se a greve em uma demonstração de solidariedade em 26 de maio; os trabalhadore da KazMunaiGas Exploração & Produção, uma empresa britanica associada a KMG já anunciou que a produção em seu campo Uzen esta cerca de 4% menor este ano, devido à greve.

Há uma crescente onda de conflitos trabalhistas no Kasaquistão, e esta é uma das mais intensas e prolongadas greve na história pós-independência.

Os campos petrolíferos envolvidos, Karazhanbas e Uzen, são considerados maduros.

Tribunais locais, rapidamente declararam a greve ilegal, e com isso a polícia esta justificada em deter os grevistas, alegadamente por que tomam parte nos protestos não autorizados.

Tentativas dos grevistas de fechar estradas tem levado a conflitos com a policia.

No Uzenmunaigas, mais de 300 grevistas já foram demitidos.

A tal ponto são as tensões nesta parte remota da Ásia Central que um concerto pop marcada para 04 de julho na capital cazaque Astana pelo músico britânico Sting foi desmarcado, dando mais repercusão a greve.

Sua decisão veio em resposta a um alerta da Anistia Internacional sobre a repressão do governo aos trabalhadores do petróleo. A resposta de Sting ganhou as manchetes internacionais. "As greves de fome, os trabalhadores presos e dezenas de milhares em greve, representam um piquete virtual, que não tenho intenção de atravessar", disse ele em seu website.

Enquanto isso o presidente do Kazaquistão, ministros do governo e parlamentares se fezem de surdos. O festival de três dias em Astana. culmina com o aniversário do presidente Nursultan Nazarbayev em 06 de julho, e comemora a volta dos “capitais” ao país. E a associação de Nazarbayev as grandes empresas,

Alguns políticos da oposição e ativistas de Almaty, a maior cidade do país, tem viajado para a região oferecendo apoio moral.

Ao todo, houve três grande manifestações na província mais rica em petróleo, em que milhares de pessoas tomaram as ruas. Com isso a greve pode passar a ser somente um conflito trabalhista e se transformar em protestos sociais em que a população em geral pode encontrar uma causa comum com os petroleiros.

 

 

 

 

Por: [1] The Economist, TRADUÇÃO LIVRE de Américo Gomes do ILAESE