Petroleiros entram em greve no litoral de SP

18-03-2011 09:55
ELIDA OLIVEIRA
DE SÃO PAULO


A unidade de tratamento de gás da Petrobras em Caraguatatuba, litoral norte de São Paulo, ainda nem entrou em operação e os 150 petroleiros e cerca de 2.000 terceirizados já estão em greve por melhores condições de trabalho. Segundo o Sindipetro-LP, sindicato da categoria, a adesão é de 100%.
De acordo com o sindicato, o adicional de periculosidade não é pago aos trabalhadores desde novembro do ano passado, quando a unidade começou a trabalhar em fase de testes com gás.
O sindicato pede a regularização desse pagamento, o fornecimento de materiais de proteção individual suficientes para todos os trabalhadores e maior número de funcionários para garantir a segurança da unidade.
De acordo com José Eduardo Galvão, diretor do Sindipetro-LP, há somente cinco operadores por grupo de turno, quando o necessário seriam 12. Os operadores são responsáveis por controlar o nível de pressão nos dutos que levam o gás da plataforma de Mexilhão à unidade em terra, entre outras atividades.
As reivindicações também abrangem auxílio deslocamento e regularização dos pagamentos de horas extras, benefício do dia do desembarque e indenizações interjornadas, segundo o Sindipetro-LP.
"Não concordamos em dar o 'start' da operação enquanto todas as condições de segurança não forem atendidas", diz Galvão.
A unidade entrou em greve às 6h de quarta-feira (16) e permanecerá parada por tempo indeterminado, segundo o Sindipetro-LP.
OUTRO LADO
A Petrobras disse que "está tomando todas as providências cabíveis" para que os funcionários voltem ao trabalho.
De acordo com a empresa, o número de trabalhadores parados é de pouco mais de 1.600, sendo cerca de 1.500 funcionários do Consórcio Caraguatatuba, responsável pelas obras da Unidade, e aproximadamente 120 empregados da Petrobras.
A empresa não respondeu se está pagando ou não o adicional de periculosidade.