Foto: Christian Vasconelos
O coordenador-geral do SINDIPETRO/RN, Márcio Dias, participou da abertura do V Congresso da Federação Nacional dos Petroleiros – FNP. O evento foi realizado em São José dos Campos, no período de 19 a 21 de agosto, na sede do SINDIPETRO-SJC. Nesta entrevista, Márcio fala sobre as razões e os objetivos de sua visita, bem como, de suas expectativas com relação à Campanha Reivindicatória para o novo Acordo Coletivo.
Por que participar do Congresso da FNP, se o SINDIPETRO/RN é filiado à FUP?
Márcio Dias: O Sindicato foi convidado pela direção da FNP e nossa diretoria considerou que seria uma boa oportunidade para nos dirigirmos aos delegados e delegadas presentes, já que todos somos trabalhadores petroleiros.
Qual foi a mensagem levada por você?
Márcio Dias: Falei sobre a necessidade de superarmos as divergências em nome da unidade da categoria petroleira, mesmo que, de início, isso se dê apenas durante a Campanha Reivindicatória. Esse desejo de unidade tem sido expresso em todas as assembléias e em todos os locais de trabalho no RN. Os trabalhadores exigem unidade de ação para que possamos ter êxito nas próximas lutas, que serão extremamente difíceis.
E o que o SINDIPETRO/RN tem feito por esse objetivo?
Márcio Dias: O SINDIPETRO/RN tem procurado fazer a sua parte, mesmo que, por vezes, sejamos incompreendidos. No entanto, em meio a todas as controvérsias, existe um clamor pela unidade. Por isso, não queremos e nem vamos jogar os problemas "pra debaixo do tapete". Estamos em um ambiente de diversidade de pensamentos e opiniões, mas nos perguntamos: será que essas divergências são tão fortes ao ponto de inviabilizarem a luta unitária de toda uma categoria? Temos certeza que não.
Por isso, temos procurado conversar, respeitosamente, com as diretorias de diversos SINDIPETRO'S, com diretores da FUP e da FNP. Acertadamente, todos reconhecem que, da forma como estamos, não vamos a lugar algum, e que a Petrobrás e as demais empresas do setor energético do petróleo é que estão ganhando com essa divisão.
O que é necessário para que a unidade se concretize?
Márcio Dias: Em primeiro lugar, é necessário vontade política. E, essa vontade, resulta de convencimento político. No RN, trabalhadores e sindicato estão amplamente convencidos da necessidade de constituição de um comando unitário de mobilização, que saiba ouvir e respeitar opiniões diferentes, e que seja capaz de definir encaminhamentos comuns, a fim de por em movimento todo o potencial de luta da categoria. Mas, qual é a capacidade de influência e o poder de pressão dos petroleiros norte-rio-grandenses no cenário nacional? Muito pequeno, com certeza. Por isso, se a categoria está convencida de que a nossa Campanha Reivindicatória deve ser conduzida por uma coordenação unitária, esse entendimento precisa ganhar visibilidade, precisa adquirir expressão e influenciar as direções sindicais, em todo o País.
O que está faltando para a busca desse entendimento?
Márcio Dias: Não podemos decretar e nem impor entendimentos políticos a ninguém. Mas temos o dever e a obrigação de ajudar a encontrar uma saída para esse impasse, expressando nossa opinião. Em nossa modesta compreensão, FUP e FNP devem sentar-se à mesa e buscar construir ações conjuntas. São sindicalistas experientes e sabem que não existe outra alternativa diante do que está por vir. A Campanha da PLR já demonstrou bem isso. E quando observamos as declarações e atitudes de setores da Companhia, não resta dúvida: farão de tudo para continuar obtendo o lucro máximo. Por isso, todos os que compreendem a necessidade da unidade para fazer avançar as lutas da categoria devem se manifestar agora. A hora é essa!