Greve na refinaria causa tiros e morte em SUAPE

11-02-2011 09:11

Sindicato agente dos patrões atira contra trabalhadores

 
Cerca de 7000 trabalhadores da construção civil das obras da refinaria em Pernambuco pararam suas
atividades nesta quarta-feira (9/02). Os motivos da manifestação foram as más condições de trabalho e
também reivindicações salariais. Um fato estranho é que a Odebrecht, empresa que lidera o CONEST
(consócio responsável pelas obras na refinaria) conta com o apoio do SINTEPAV (Sindicato dos
Trabalhadores na Industriada Construção de estradas, pavimentação e obras de terraplanagem em geral
no estado de Pernambuco) para impedir a greve e reprimir os trabalhadores.
 
O SINTEPAV (apoiada pela Força Sindical e que não é reconhecido pelos trabalhadores) compareceu
na mobilização com o objetivo de acabar com a greve ao invés de defender os trabalhadores. Fazendo
o jogo da patronal de forma covarde, um dos capangas de Aldo Amaral, presidente do sindicato, atirou
contra os operários que se negaram à volta ao trabalho. Este fato levou um dos operários à morte
por infarto, por causa do susto, e dois outros feridos, um no braço e outro na boca. Este último foi
removido para o Hospital Português e está sem contato com os companheiros de trabalho.
 
Hoje (10/02) a empresa dispensou todos os trabalhadores por tempo indeterminado com o objetivo de
desmobilizar a luta dos operários revoltados com a empresa e com a direção do sindicato. Mandou de
volta para casa vários companheiros de todas as regiões em Pernambuco e de outros estados.
 
As reivindicações são justas!
 
Os manifestantes reivindicam melhores condições de trabalho. Segundo eles, não tem água potável
suficiente para beber e só existe um alojamento. É um galpão com vários beliches. Também
reivindicam mais refeitórios. “Tem gente que espera quase 40 minutos na fila para fazer uma refeição,
diminuindo o tempo de descanso”, argumenta um dos líderes do movimento. Outra questão são os
banheiros. Existem poucos no enorme canteiro de obra. Tudo isso no meio de muita perseguição e
pressão da empresa para finalizar as obras.
 
Um outro ponto crucial do movimento é a questão salarial. Eles querem a equiparação de salários com
o dos trabalhadores da Petrobrás de outros estados. “É a mesma função, então deveríamos receber o
mesmo salário” comenta um dos trabalhadores.
 
A luta é pelo atendimento à pauta de reivindicação, mas também pelo reconhecimento da Comissão
dos Trabalhadores para negociar uma saída, pois eles não reconhecem o SINTEPAV e não querem
este sindicato nas negociações. Com os novos fatos, eles exigem justiça e punição dos culpados pelos
crimes contra os trabalhadores.
 
Os trabalhadores da construção civil não estão sozinhos
 
Este movimento tem o apoio da MLP (Movimento de Luta Popular), CSP-Conlutas (Central Sindical
e Popular-Conlutas), Comitê contra o aumento das passagens e dos parlamentares de Pernambuco,
Sindicato dos trabalhadores dos Correios de Pernambuco, entre outros.
 
A farsa do desenvolvimento em Suape: Exploração e repressão aos trabalhadores
Este já é a segunda onda de protesto dos trabalhadores, em menos de 15 dias, pelo menos os que foram
divulgados, pois existiram outros fatos que a empresa abafou. Tudo isso devido superexploração e
más condições de trabalho em que se encontram os trabalhadores da construção civil em SUAPE.
São migalhas para os trabalhadores e muito lucro pra as empresas. Este é o desenvolvimento do
governador Eduardo Campos (PSB) e da presidenta Dilma Rousseff (PT)